O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, considerou frustrante o fato de o leilão da Varig, realizado ontem (8), ter recebido apenas uma proposta, feita pelos trabalhadores da empresa. Ele disse que esperava um maior número de compradores, mas classificou de "positiva" a iniciativa dos funcionários, que "acreditam mais do que ninguém que é possível reerguer a empresa". Ao participar, hoje (9), de um seminário sobre turismo, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, o ministro disse que um voto de confiança tem que ser dado a esse grupo, para que os trabalhadores consigam um sócio estratégico que possa investir recursos e acertar a economia da empresa.
Mares Guia afirmou que torce pela recuperação da empresa e pela aceitação da proposta dos trabalhadores. Ele entende que, no caso de uma possível falência, todos sairão perdendo, não só os acionistas e as pessoas que têm crédito com o grupo. O ministro lembrou, no entanto, que a Varig é uma empresa privada, de tradição, mas que foi mal gerenciada. Ele defendeu a criação de um marco regulatório para que as empresas possam competir e ressaltou que a obrigação do governo não é proteger empresas. "Elas é que tratem de buscar competência financeira, gerencial e tecnológica. E as outras empresas que não conseguiram se recuperar, como supermercados e sapatarias? Tanta gente já quebrou. Como a Panair, que deu lugar à Varig. Isso não é papel do governo: salvar empresas". Segundo ele, o papel do governo é incentivar o crescimento do país, com políticas públicas, e cuidar da educação, saúde, justiça e liberdade".
Mares Guia explicou que, por um período, à época em que ocorreu um acordo entre a TAM e a Varig, foi proibido que as empresas de viação comprassem ou alugassem aviões novos para que essas empresas aumentassem suas frotas." Isso não acontece em lugar nenhum do mundo e desfavorece o país. Nós não estamos aqui para proteger empresas. Nós estamos para proteger o passageiro, o turista", enfatizou.
O ministro do Turismo ressaltou que a Varig controla mais de 30% dos vôos internacionais no país e afirmou que o trabalho agora é ampliar os acordos para que quem quiser viajar não seja prejudicado. Ele disse que a crise da Varig fez diminuir, entre março e abril, 24% da oferta de assentos em vôos internacionais. Atualmente, 800 vôos para o Brasil estão lotados, quando a previsão para o período era de 900 vôos lotados, contra os 710 do ano passado. A estimativa foi feita para que o país possa cumprir, neste ano, a meta de receber sete milhões de turistas estrangeiros por semana e nove milhões em 2007. O ministro garantiu que a crise não chegou a prejudicar o setor, embora não tenha contribuído para seu desenvolvimento, ficando na contramão do que está ocorrendo no país.
Agência Brasil-09/06/2006 16:53 (Valor On Line).
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